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Juliana
Contando histórias na cozinha
Contado por Juliana Cestari
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
CRÔNICAS DA WAL
Invisível
Maria Waldete de Oliveira Cestari
Ele era um homem comum que levava uma vida normal: trabalhava num escritório, era casado com filhos. Um dia, ele chegou ao trabalho e todos seus colegas estavam ocupadíssimos em suas tarefas. Ele os cumprimentou, mas ninguém respondeu. Ele estranhou. Chegou a sua mesa, se sentou, abriu a gaveta, retirou uns papéis e começou a trabalhar. Normalmente como fazia há mais de vinte anos. Um colega passou por ele para ir tomar café e simplesmente o ignorou. Depois, foi a vizinha de mesa e mais tarde, a moça da faxina. Mil perguntas começaram a passar por sua cabeça e ele resolveu ir ao banheiro para lavar o rosto, se certificar de que estava acordado e aquilo não era um sonho. Ao olhar para o espelho em cima da pia, não viu nada. Levou um susto e pensou que aquilo fosse uma brincadeira, talvez montada pelos amigos, que fingiam não o ver. Olhou de novo e nada viu. Não é possível! Foi até o toalheiro de inox, olhou fixamente para ele procurando sua imagem, mas nada. Começou a se desesperar. Abriu a porta, quase trombou com uma amiga, que não lhe deu confiança. Atônito, foi até o lavabo e não conseguiu se enxergar no espelho. O homem tinha se tornado invisível.
Saiu correndo dali e foi para sua casa. Entrou e passou por sua mulher, que estava grudada na televisão, acompanhando o programa da manhã. O som estava alto, a atenção toda voltada para a apresentadora e por isso, pensou ele, ela não o viu. Andou até o quarto do filho, que com fones de ouvido, conversava com amigos pelo MSN. Deve ser por isso que ele não o enxergou, pensou o homem. Foi até a cozinha e a empregada mexia na panela de pressão e ouvia no rádio o programa matinal. Estava atenta ao noticiário e por isso, nem viu o patrão que ali estava. Assim ele pensou.
O homem foi para seu quarto, se sentou na cama e começou a refletir. Já fazia tempo que notava que as pessoas não o enxergavam. Na empresa as suas opiniões eram ignoradas; os mais novos sempre tinham idéias melhores; nos bate-papos no café, todos só falavam internetês, menos ele; suas roupas não eram as “da hora”, pois se vestia classicamente, como achava que era o correto para sua função; não parava para bater papos e estava sempre cumprindo suas obrigações. Tudo isso e outras coisas foram tornando-o invisível no trabalho.
Foi se lembrando também que pouco a pouco havia se tornado invisível em casa. Quase todo dia quando chegava para almoçar, a mulher estava pendurada no telefone com a amiga e não era muito raro ela se sentar à mesa e continuar a conversa, comendo ao mesmo tempo; o filho engolia a comida, embalado pela música dos fones de ouvido; a filha fazia o prato e corria para frente da TV; o outro filho beliscava alguma coisa enquanto enviava torpedos para a namorada. Fazia muito tempo que a mulher não lhe dava um carinhoso beijo de boa noite, não enxergava que ele tinha raspado o bigode, não sentia o seu perfume, não comentava sobre sua camisa nova, não elogiava suas aquarelas, não ria de suas piadas, não achava graça em suas graças. O homem era tratado como se não existisse; afinal, quem enxerga um homem invisível? Ou uma mulher invisível? Ou um filho invisível? Ou um subalterno invisível?
Este texto não é um conto, nem ficção científica. Há muitos seres humanos invisíveis e todo mundo se sente assim em determinadas situações e ocasiões. Algumas, passageiras e outras, nem tanto. Por exemplo: no emprego, quando é deixado de lado por não concordar ou pactuar com atitudes e ações; na sociedade, quando fica à margem por exercer uma função considerada degradante, ou por causa de sua raça, cor, religião e opção sexual; na família, quando seus integrantes já não falam a mesma língua ou deixaram outros sentimentos que não o amor, a tolerância, a compreensão e o respeito tomarem conta de suas relações.
E você, leitor, nunca se sentiu invisível? Ou atualmente é invisível para alguém? Em caso afirmativo, recorte este texto e o coloque num lugarzinho bem escolhido, de modo que tenha certeza de que quem o torna invisível irá lê-lo. Quem sabe você se torne visível novamente.
Uma frase interessante encontrada na internet: “Homem invisível procura mulher transparente para fazer coisas nunca vistas."
cestari.jau@uol.com.br
Maria Waldete de Oliveira Cestari
Ele era um homem comum que levava uma vida normal: trabalhava num escritório, era casado com filhos. Um dia, ele chegou ao trabalho e todos seus colegas estavam ocupadíssimos em suas tarefas. Ele os cumprimentou, mas ninguém respondeu. Ele estranhou. Chegou a sua mesa, se sentou, abriu a gaveta, retirou uns papéis e começou a trabalhar. Normalmente como fazia há mais de vinte anos. Um colega passou por ele para ir tomar café e simplesmente o ignorou. Depois, foi a vizinha de mesa e mais tarde, a moça da faxina. Mil perguntas começaram a passar por sua cabeça e ele resolveu ir ao banheiro para lavar o rosto, se certificar de que estava acordado e aquilo não era um sonho. Ao olhar para o espelho em cima da pia, não viu nada. Levou um susto e pensou que aquilo fosse uma brincadeira, talvez montada pelos amigos, que fingiam não o ver. Olhou de novo e nada viu. Não é possível! Foi até o toalheiro de inox, olhou fixamente para ele procurando sua imagem, mas nada. Começou a se desesperar. Abriu a porta, quase trombou com uma amiga, que não lhe deu confiança. Atônito, foi até o lavabo e não conseguiu se enxergar no espelho. O homem tinha se tornado invisível.
Saiu correndo dali e foi para sua casa. Entrou e passou por sua mulher, que estava grudada na televisão, acompanhando o programa da manhã. O som estava alto, a atenção toda voltada para a apresentadora e por isso, pensou ele, ela não o viu. Andou até o quarto do filho, que com fones de ouvido, conversava com amigos pelo MSN. Deve ser por isso que ele não o enxergou, pensou o homem. Foi até a cozinha e a empregada mexia na panela de pressão e ouvia no rádio o programa matinal. Estava atenta ao noticiário e por isso, nem viu o patrão que ali estava. Assim ele pensou.
O homem foi para seu quarto, se sentou na cama e começou a refletir. Já fazia tempo que notava que as pessoas não o enxergavam. Na empresa as suas opiniões eram ignoradas; os mais novos sempre tinham idéias melhores; nos bate-papos no café, todos só falavam internetês, menos ele; suas roupas não eram as “da hora”, pois se vestia classicamente, como achava que era o correto para sua função; não parava para bater papos e estava sempre cumprindo suas obrigações. Tudo isso e outras coisas foram tornando-o invisível no trabalho.
Foi se lembrando também que pouco a pouco havia se tornado invisível em casa. Quase todo dia quando chegava para almoçar, a mulher estava pendurada no telefone com a amiga e não era muito raro ela se sentar à mesa e continuar a conversa, comendo ao mesmo tempo; o filho engolia a comida, embalado pela música dos fones de ouvido; a filha fazia o prato e corria para frente da TV; o outro filho beliscava alguma coisa enquanto enviava torpedos para a namorada. Fazia muito tempo que a mulher não lhe dava um carinhoso beijo de boa noite, não enxergava que ele tinha raspado o bigode, não sentia o seu perfume, não comentava sobre sua camisa nova, não elogiava suas aquarelas, não ria de suas piadas, não achava graça em suas graças. O homem era tratado como se não existisse; afinal, quem enxerga um homem invisível? Ou uma mulher invisível? Ou um filho invisível? Ou um subalterno invisível?
Este texto não é um conto, nem ficção científica. Há muitos seres humanos invisíveis e todo mundo se sente assim em determinadas situações e ocasiões. Algumas, passageiras e outras, nem tanto. Por exemplo: no emprego, quando é deixado de lado por não concordar ou pactuar com atitudes e ações; na sociedade, quando fica à margem por exercer uma função considerada degradante, ou por causa de sua raça, cor, religião e opção sexual; na família, quando seus integrantes já não falam a mesma língua ou deixaram outros sentimentos que não o amor, a tolerância, a compreensão e o respeito tomarem conta de suas relações.
E você, leitor, nunca se sentiu invisível? Ou atualmente é invisível para alguém? Em caso afirmativo, recorte este texto e o coloque num lugarzinho bem escolhido, de modo que tenha certeza de que quem o torna invisível irá lê-lo. Quem sabe você se torne visível novamente.
Uma frase interessante encontrada na internet: “Homem invisível procura mulher transparente para fazer coisas nunca vistas."
cestari.jau@uol.com.br
Sobre pressão
Atualmente os dias estão cada vez mais corridos e temos menos tempo para ficar na cozinha. A panela de pressão pode ser uma ótima aliada, desde que utilizada com responsabilidade.
O cuidado com a panela de pressão deve começar desde a compra, ela deve ter o selo do Inmetro. E é imprecindível a leitura de seu manual de instrução. Daí pra frente é só usufruir dos benefícios dessa maravilhosa invenção!
Strogonoff de pressão
Ingredientes:
1 kg de patinho limpo em cubos médios
Pimenta do reino
Sal
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 cebola picadinha
2 dentes de alho picados
500 ml de leite integral
½ lata de molho de tomate
2 folhas de louro
1 tablete de caldo de carne diluído em 2 xícaras de água quente
1 colher de sopa de molho inglês
1 pacote de creme de cebola
100 g de champignon laminado
1 colher de sopa de conhaque
100 g de creme de leite de caixinha
1 e ½ colher de sopa de catchup (ou coloque a gosto)
Salsinha para polvilhar
Modo de preparo:
Tempere a carne com azeite, sal e pimenta do reino. Polvilhe com a farinha de trigo até que os pedaços de carne estejam envolvidos por ela. Deixe descansar.
Na panela de pressão coloque cebola, alho, leite, molho de tomate, folhas de louro, caldo de carne diluído, molho inglês e o creme de cebola. Mexa com uma colher até misturar.
Acrescente a carne temperada e enfarinhada na panela de pressão e mexa delicadamente. Os líquidos devem cobrir a carne, por isso se precisar, coloque um pouco mais de água.
Tampe a panela e leve ao fogo alto até começar a chiar, então abaixe o fogo e cozinhe por aproximadamente 35 minutos.
Retire do fogo, espere a pressão sair naturalmente e abra a panela com cuidado.
Se o molho estiver muito ralo faça o seguinte: Leve a panela novamente ao fogo, desta vez destampada. Faça uma mistura com 1 colher de sopa de farinha com 2/3 de xícara de água. Misture bem até desmanchar e acrescente aos poucos ao molho até a consistência desejada.
Acrescente catchup, conhaque, champignon laminado e creme de leite.
Finalize polvilhando com um pouco de salsinha.
Sirva com arroz branco ou integral e batata palha.
Arroz de 23 minutos
Ingredientes:
2 xícaras de arroz
2 colheres de sopa de óleo
200 g de linguiça calabresa em rodelas
250 g de carne seca dessalgada e aferventada
1 cebola picadinha
1 dente de alho picado
1 folha de louro
½ pimentão vermelho pequeno em cubinhos
1 cenoura ralada
1 tablete de caldo de bacon diluído em 4 xícaras de água quente
Sal
Pimenta do reino
Cebolinha
Modo de preparo:
Na panela de pressão coloque o óleo e frita a calabresa e a carne seca. Acrescente a cebola e o alho e refogue até que a cebola fique transparente. Coloque o pimentão e a cenoura, frite rapidamente e coloque o arroz.
Despeje o caldo de bacon diluído e as folhas de louro. Tempere com sal e pimenta do reino.
Tampe a panela e leve ao fogo alto até começar a chiar, então abaixe o fogo e cozinhe por 3 (três!!) minutos. Desligue e só destampe a panela após 20 minutos.
Coloque o arroz em uma travessa e polvilhe com cebolinha.
sábado, 18 de dezembro de 2010
História de um acidente
No dia 22 de dezembro do ano passado eu e meu marido sofremos um acidente de carro. Esse texto abaixo foi escrito por meu pai Daniel, um dia após o acidente para retratar nossa angústia e o descaso de alguns. Resolvi colocar o texto no blog para chamar sua atenção! Leia e agradeça a Deus todos os dias por sua vida...
TRÁGICOS PRESENTES DE NATAL
No dia 22 de dezembro do ano de 2009, minha filha Juliana e meu genro Luiz Otávio, residentes em Brasília, iniciaram viagem para nossa cidade de Jaú, SP. para passar as festas de final de ano. Carro revisado, duas malas de roupas, uma mochila com presentes, lap top e a pequena e engraçada cadelinha Chica em sua caixinha. Pela longa distancia a ser percorrida, Juliana combinou com sua mãe que, a cada duas horas, ligaria informando onde e como estava. Saíram às 6 da manhã e às 8 horas ocorreu a primeira ligação: Mãe, estamos em tal lugar e está tudo bem. Às 10 horas, outra ligação: Mãe, estamos em tal lugar e eu comprei aquele queijo que você tanto gosta, a Chica está meio zonza, é a sua primeira viagem de carro. Ao meio dia ninguém ligou. Às 12,30 horas, meu filho Fábio recebe uma ligação em seu celular: É o Fábio? Sim. Você é irmão da Juliana? Sim, por quê? Aqui é a Sandra, assistente social do Hospital de Clínicas da cidade de Uberlândia; sua irmã e seu cunhado sofreram um acidente na estrada; é bom você avisar os seus pais e viram para cá. Mas, Sandra, como eles estão? Estão vivos, não correm risco de morrer, estão internados fazendo exames, mas venham logo. Pânico total, correria geral, dois carros na estrada em desabalada carreira para cobrir os quase 500 quilômetros de distancia de Jaú até lá. No caminho passam pela minha cabeça todos os pensamentos e todas as conseqüências que um acidente de estrada pode causar. Peço a Deus que os proteja. Mas, o que aconteceu? No trecho Araguari – Uberlândia, no estado de Minas Gerais, na pista simples, numa curva perigosa, um caminhão baú, carregado, perdeu o controle na descida, não se sabe se por defeito mecânico ou imperícia de seu condutor ou pela precariedade da péssima estrada toda esburacada, tombou de lado, atravessou a pista e bateu violentamente no Honda Fit, jogando-o numa ribanceira de pedras de 25 metros de profundidade, capotando-o várias vezes e se imobilizando num riacho, com as quatro rodas para cima. Se desse mais uma capotada teria caído num lago. Juliana, desesperada, chamava pelo marido que respondeu na hora; estavam machucados, mas tinham todos os sentidos funcionando. Ela saiu do carro pelo buraco do vidro da porta traseira, arrastando-se nos cacos de vidro e lama, enquanto a água do riacho entrava. Luiz Otávio saiu pelo outro lado. Sentados no chão se abraçavam e choravam, não acreditando no que tinha acabado de lhes acontecer. A cadela Chica, assustada, saiu correndo pelo mato. O caminhão tombado ainda bateu em outro carro, um GM - Celta. Outros motoristas que viram o acidente pararam seus veículos, mas não podiam descer a ribanceira por se tratar de local de difícil acesso. Alguém chamou a Policia Rodoviária Federal e o Corpo de Bombeiros e este chegou rapidamente. Removidos e levados à beira da pista iam ser embarcados na viatura quando Juliana avisou aos socorristas: Moço, eu tenho um cachorrinha de estimação, muito pequeninha. Por favor, pegue-a para mim, pois não posso abandoná-la aqui. O chefe dos bombeiros, um senhor gordo esbravejou: “Moça, nós estamos aqui para salvar vidas e não para correr atrás de cachorro! Entre logo na viatura.” Mas, moço, o senhor está vendo que nós estamos bem, pelo menos aparentemente; por favor, peça para alguém procurar, ela não pode estar longe, pois é muito novinha.” Olha senhora, o que eu tinha que falar eu já falei, entre logo na viatura ou vou largá-la aqui na estrada e não me responsabilizo pela sua saúde.” Novo choro, de inconformismo. Naquele momento, Juliana teve a sensação que estava perdendo a pequena Chica, que poderia estar pertinho. Não era possível acreditar que o comandante do Corpo de Bombeiros, que comandava as duas viaturas no local, pessoa de curso superior, homem treinado para atender pessoas fragilizadas por causa de acidentes automobilísticos, ao invés de cumprir sua função humanitária, estivesse sendo tão grosso e malcriado daquele jeito. Juliana, pessoa enérgica e determinada, não deixou por menos: tascou-lhe uns palavrões. Quando Luiz Otávio entrou na viatura, preocupado, pediu ao mesmo comandante gordo: Moço, nós temos muitas coisas no carro, alguém vai tomar conta? E veio a resposta: “Filho, fique tranqüilo, a Policia Rodoviária Federal está aí e vai tomar conta de tudo, pois é sua obrigação.” No Hospital de Clinicas foram bem atendidos, passaram por exames clínicos e radiológicos e ficaram em observação até o final da tarde quando cheguei ao local, com minha mulher, meu filho e o pai de Luiz Otávio, vindo às pressas de Franca. Liberados pelo hospital, pensamos em procurar um hotel para que o casal pudesse se recompor e descansar . Para isso era necessário buscar as malas. Fomos ao pátio do Auto Socorro Triangulo e chegamos no exato momento que o guincho trazia o carro todo arrebentado, com perda total.Ali não havia bagagem nenhuma. Fomos então ao posto da Polícia Rodoviária Federal, no trecho Uberlândia-Araguari, responsável pelo trecho do acidente. Ao chegar não pudemos entrar na sala de atendimento pois o policial Ciuffa ficou de pé na porta, com os braços cruzados, nos olhando. Perguntamos pelo policial Denis, que havia estado no hospital coletando os documentos do motorista e passageiro. “Ele está ocupado, mas qual é o seu problema?” Nós viemos buscar a bagagem do casal que se acidentou hoje ao meio dia na curva do Rio das Velhas. “Aqui não tem bagagem nenhuma.” Mas, policial, o senhor não esteve no local do acidente? Não é de praxe a Policia Rodoviária fazer a preservação do local e proteger o patrimônio das pessoas envolvidas? “Não, o senhor está enganado. Nós estivemos no local, fizemos o boletim de ocorrência e fomos embora. Não temos obrigação de tomar conta de nada.” Mas, policial, o senhor tem certeza que é assim mesmo, os acidentados vão para o hospital e seus pertences ficam ali, abandonados? “Sim senhor, não é nossa obrigação”. Policial, eu vou perguntar pela terceira vez: eu moro no estado de São Paulo, que possui a melhor Policia Rodoviária do Brasil e lá, eles fazem essa preservação, não deixam ninguém se aproximar dos veículos, se não foram autorizados. “Pois eu vou responder pela terceira vez: Nós não temos nada a ver com isso. Quem chegou primeiro ao local foi o Corpo de Bombeiros. Por que o senhor não vai lá cobrar isso deles?” Resolvemos fazer isso. No caminho de volta, ao passar pelo local do acidente havia chegado outro caminhão e estacionado ao lado do caminhão tombado, recolhia a sua carga e usando uma parte da pista. Era começo da noite. Não havia nenhuma sinalização, nem por viatura, nem por galhos de árvores, nem tochas de fogo, nem uma pessoa com lanterna ou bandeira vermelha. Absolutamente nada. E os policiais Denis e Ciuffa, descansando em seu posto, há poucos quilômetros dali. Havia risco de ocorrer novo acidente, mas, fazer o quê ? Chegando ao Corpo de Bombeiros fomos atendidos pelo Major Nivaldo, este sim policial à altura de seu cargo. Gentil, educado, falando baixo explicou-nos a sistemática operacional dos socorristas do Corpo de Bombeiros e nos garantiu que cabe à Policia Rodoviária Federal preservar o local do acidente , os veículos e seus pertences. Diante de todas essas informações, frustrados em nossas expectativas, resolvemos ir para o hotel e ali presenciei um dos espetáculos mais tristes da minha vida: Juliana e Luiz Otávio adentram ao saguão do Hotel São Diego, descalços, (perderam os sapatos) sujos de lama e sangue, tristes, cabisbaixos, assustados, ela chorando, sem malas, sem computador, sem sua mochila de presentes e ainda por cima, sem a doce Chica. Tudo lhes foi furtado. Não tinham absolutamente nada. Foram totalmente abandonados pelas autoridades. Foram rebaixados e reduzidos ao nível mais baixo do ser humano. Se seus parentes não estivessem ali, o que iriam fazer? Tiveram que emprestar as roupas de reserva que levamos para nós, pois não tinham o que vestir. Mas, por outro lado, estavam milagrosamente vivos por obra divina. Deus olhou para eles e seus Anjos da Guarda os protegeram. Quando parei no local do acidente, retornando do posto da Policia Rodoviária Federal e comentei com outros motoristas o ocorrido ouvi o seguinte relato: “moço, liga não, a polícia da estrada é tudo ladrão. eles fala que ganha pouco e achaca nois motorista e roba os acidentado, não tem jeito”. Verdadeiro absurdo. Recuso-me a acreditar que isso seja verdade, pois não é possível que a autoridade constituída para proteger o orientar os viajantes praticasse atos de tamanha desumanidade e selvageria. Afinal de contas, pelo que sei o policial rodoviário federal não ganha tão pouco. Estou escrevendo esta carta para desabafar e demonstrar o meu inconformismo com esse estado de coisas. Então devo aceitar que é assim mesmo, que não tem jeito ? Que pessoas, vítimas de acidente, fragilizadas naquele momento de infortúnio, às vezes com vitimas fatais sejam saqueadas exatamente por aqueles que têm obrigação de protegê-las? Absolutamente não. Vou acionar todas as autoridades que possam ter envolvimento com o caso. Exijo satisfação dos Governo Federal e do Estado de Minas Gerais. Assumo total responsabilidade por estas declarações e desafio o governo mineiro a provar que estou errado, ou que estão errados os motoristas que assim o disseram, pois pedirei desculpas públicas. Peço aos amigos que divulguem este triste episódio e acrescentem outros fatos de seu conhecimento naquelas estradas. Alerto a todos os que precisem viajar pelo estado de Minas Gerais para que tenham cuidado com suas péssimas estradas, todas esburacadas, demonstrando descaso de seu governo e me ocorre perguntar: para onde vão as centenas de milhões de reais de verbas federais específicas para isso? POBRE MINAS GERAIS.
Ordem dos Advogados do Brasil n. 30.563
O carro em que viajavam Juliana e Luiz Otávio foi jogado para fora da pista por um caminhão desgovernado num dos pontos mais críticos da BR-050, entre Araguari e Uberlândia, e caiu de uma altura de mais de 20 metros, numa ribanceira à beira do Rio Araguari
(Foto: Jornal Correio de Uberlândia)
O honda fit possui barras de proteção lateral, que garantiram a integridade do motorista
Com o capotamento o teto do passageiro afundou, mas Juliana estava no banco de trás deitada com a cachorrinha Chica
A cachorrinha Chica desaparecida
O casal Juliana e Luiz Otávio
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Novidade em Brasilia
Uma novidade surgirá em Brasília, aguardem!
Enquanto isso devorem as fotos...
Consultoria gastronômica: Juliana Cestari e Luiz de Abreu
Fotos: Lula Lopes
Enquanto isso devorem as fotos...
Consultoria gastronômica: Juliana Cestari e Luiz de Abreu
Fotos: Lula Lopes
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