Há mais ou menos uns dois anos atrás estive em São Paulo à trabalho e como já fazia muito tempo que não visitava a capital, aproveitei o final de semana para curtir a cidade com meu marido Luiz, na época noivo, e ir à alguns lugares que gosto muito de comer.
O primeiro deles foi uma cantina siciliana. A proprietária é também a cozinheira do lugar. Seu marido, siciliano legítimo, é quem nos recepciona e canta o cardápio de massas, indo de mesa em mesa anotando os pedidos. Só que desta vez não foi ele quem nos recepcionou e logo estranhei. Sua esposa nos contou que ele sofrera uma cirurgia e não estava muito bom da memória, muitas vezes se perdia entre o passado e o presente, lembrando da guerra em que lutou e dos amigos que perdeu em combates.Almoçamos e ao final encontramos o Sr. Legítimo Siciliano sentado em uma mesinha no canto do salão.
Fomos cumprimentá-lo e logo que começamos a conversar, ele se pôs a chorar. Meu coração ficou apertado e sua esposa nos disse, também com lágrimas nos olhos, que após tanto tempo juntos e após passarem por tantas coisas, continuavam se amando.
Ao nos despedirmos daquele querido casal, ela nos disse: _“Aproveitem a vida! Se amem e se curtam, pois a vida passa muito rapidamente. “
Eu e Luiz fomos embora pensando naquelas palavras...
Domingo foi o dia de ir à Liberdade visitar as feirinhas de artesanato e de comida típica. Mas é na pastelaria Yoka que eu gosto de almoçar! Lotada como sempre pegamos nossos pastéis e nos aproximamos de uma mesa com 2 senhoras. Pedimos licença e nos sentamos. Elas logo puxaram assunto e se apresentaram como irmãs/viúvas. Conversa vai, conversa vem e elas nos confessaram que morrem de saudades dos maridos, até mesmo do mau humor e das rabugices “dos velhos”. Após os pastéis nos despedimos das irmãs e elas nos disseram: _“Vocês formam um lindo casal e devem aproveitar a vida, ficar mais tempo juntos, se divertirem!!”
Fomos embora da pastelaria pensativos no conselho daquelas pessoas: Aproveitar ao máximo a vida ao lado de quem a gente gosta!
Juliana:
ResponderExcluirInfelimente, posso comentar e concordar com todas essas pessoas porque "sinto na pele" o que essa saudade... de um tempo que não tem como voltar mais...
É uma longa (mas linda) história, hoje contada pela visão dos meus filhos, de 6 e 4 anos. Se quiser conferir mais, escrevo um blog para eles www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com Está tudo lá! Se resolver aparecer, seja bem vinda.
Mas, se resolver não ficar no computador para curtir o maridão, eu entendo e estou 100% com você! O mais importante da vida são as pessoas, mesmo!...
Bjos e bençãos.
Mirys
Ju, os conselhos foram muito sábios. E não valem só para casais, mas para todas as pessoas que nos rodeiam. Perdi meu pai, amigo e companheiro, em abril e a saudade é enorme. O que me consola é lembrar dos bons momentos que passamos juntos, riquíssimos em conselhos e ensinamentos; das risadas, das conversas. Fizemos um cruzeiro há dois anos e o levei para rever Fernando de Noronha, onde ele morou por 6 meses, na época da 2a.Grande Guerra. Momentos inesquecíveis.
ResponderExcluirbjs
Rô